Procurando

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Menos quatorze graus

Acorda e percebe que esta manhã não está mais sozinha na cama. Ainda com os olhos fechados procura o calor do corpo alheio... um perfume intenso e querido toma-lhe os sentidos. Sabe reconhecer este sentimento. Procura mal respirar para que o momento possa se cristalizar, mas ela sabe que a graça está na efemeridade.



O dia começa entre frases sussurradas e sonhos compartilhados. Decidem respirar um pouco de realidade e um tapete branco de neve os acolhe. Os flocos caem sem parar, sem nem mesmo pedirem permissão aos pobres desavisados que estão na rua e os corpos sentem a mudança brusca de temperatura. Entretanto, quem os olha com aquela troca de olhares cúmplices e marotos sentem-se também aquecidos com a cena e as risadas de ambos que, a passos rápidos, andam juntos sem saberem muito o destino final.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Este texto não precisa de título

Eu posso falar sobre isso, posso teorizar, posso (re)dizer formalmente. O engraçado é que eu começo a rir, a achar graça... lá vou eu ser excessiva de novo, eufórica como quase sempre.



A surpresa foi inevitável. Coisa boa que massageou meu ego. Li o texto mais de uma vez. O feedback precisava de mais calor e me coloquei a te escutar.



Discutimos rimas, métrica, forma, semântica... tão bom! Nós dois perdidos neste mundo das palavras. Você falava numa quantidade atípica. Nada disse... não ousei interromper o teu momento. E quanto mais dizia, mais as coisas iam tomando forma. Essas coisas todas que estão sendo desenhadas há alguns meses. Lembrei da nossa conversa, da nossa longa conversa do último domingo. E como uma epifania tudo foi fazendo sentido... sim! Você gosta da dúvida, gosta de ter o friozinho na barriga... faz questão disso na verdade, pois a partir do momento que começa a indagar as coisas é porque elas têm uma certa importância na tua vida. E você continua a falar, me dá conselhos, é cuidadoso ao usar as palavras... não quer me ferir, não quer ultrapassar os limites.



Eu continuo a me sentir lisonjeada. Você tem este dom de me surpreender e é isso que me fascina. Sete versos que me fizeram te decifrar. Depois você volta para teu silêncio observador, para a tua casca... mas eu sei o quanto eu vi, o quanto você se mostrou e a nossa conversa  "se fecha (sem euforia), como um todo que se fecha nesse instante de um gozo íntimo".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Entrando em acordo

Sim, ela é frágil. Está nos detalhes, na essência.  E só ele consegue vê-la assim: tão arredia, teimosa e doce. Quando o olha, aqueles olhos castanhos claros, cor de outono, pede por amor. Quer ficar ali aninhada, aconchegada nos braços amados. Quer pensar que nada pode atingí-los, quer sentir o peso da felicidade. Pede para se importar, para lembrá-la de que não fez a escolha errada. Gosta sim de imaginá-los mais adiante, de querer sempre mais ao lado dele. Gosta de pensar que o tem ao seu lado. Às vezes condena a distância, a lua, os hormônios pela dor que a saudade causa. Sim, ela é frágil e humana também. Gosta de ver que não são tão diferentes quanto afirmam para si mesmos, que um complementa o outro e que agora, por mais sauvage que seja toda esta combinação, não consegue parar de pensar que tudo parece ser tão deliciosamente natural.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Jaunissement

Quand le soleil touche tes cheveux

Je ne sais pas quoi dire

Je peux te sentir

Doré

Dieu de la beauté

Et j'aime quand tu fermes les yeux




La chaleur est aussi dans moi

Meu desejo mais secreto

De tanto querer

Sem saber porquê

Procurando entender

A tua ausência naquela manhã

De tanto pedir

Implorar, suplicar

Que retomasse a razão

Que me pedisse perdão

De tanto sofrer

Dias, noites a chorar

Eu deixei de te amar

Eu voltei a sonhar

Oh, la vache!

Como é que se faz quando deixamos tudo assim tão claro? Dizemos o que tentamos esconder de nós mesmos... Freud explica! Você sabe que sim. E eu não mudo. Ferida, machucada, sozinha, carente mostro-me como um todo e o jogo fica perigoso. É melhor rir, levar na esportiva e saber que dias negros ainda estão por vir. A gente continua trocando confidências esporadicamente, fazendo terapia juntos. Quem sabe um dia a gente não mata essa curiosidade toda, né?!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nota ao leitor

A tela em branco deixa meu coração sangrando. Impotente estou diante de tanta felicidade. Porém há tanto ainda para ser dito. Se eu pudesse gritaria o vazio da minha mente caótica e simplista na cara do mundo. Paciência, espera... não! Não sei lidar com a improdutividade e muito menos com a mediocridade. Então me calo quando deveria falar. Por tempo indeterminado.