Doido. Só tem doido nesse país! Figurinhas carimbadas da minha petite journée. Malucos beleza mantidos pela mão acolhedora (?) da pátria francesa.
Todo dia, todo santo dia. É só olhar pela janela do quarto e já vemos o "Doido Mijão" sempre ali, naquele mesmo horário - entre 10 e 11 da manhã - arriando as calças e mandando ver no muro do tabac. No início é indignação, vontade de dizer "Eh, oh! Vous là! Ça va quoi?!". Depois vem o sentimento de pena... "Ah, le pauvre..." com o tempo, com a sucessão do ato a gente começa a se habituar... incrível a capacidade de adaptabilidade do ser humano! Até nome o sujeito já tem... "Doido Mijão" é quase que uma prova de afetividade.
Há também o " Louco da Universidade". E esse é muito mais assíduo que muito colega de classe que eu tenho. Ele tá partout: bibliotèques, resto U, tous les Campus! Sempre com seu ar cult-intelecto-sage vive para cima e para baixo com sua mochila pas moins sale que lui e trocentos papéis que por mim já estariam todos no saco de lixo do tri. Porém, para ele, constituem son petit trésor des savoirs. E esse já até me corrigiu uma vez... uma palavra mal pronunciada e ele não perdoou. Fazer o quê? É doido, mas langue maternelle française!
Daí com as férias nós trópicos iminentes, com todas as démarches a serem feitas antes de viajar, com as crises existenciais a respeito da próxima rentrée, com mais um pouco de caos bancário... eu me sinto bem! Sinto-me segura de ver que ao menos os doidos continuam com as suas loucuras cruzando o meu caminho e me dizendo que tudo continua normal por aqui... até a chuva e a dia cinzento eu tive direito hoje! A Alsace continua sendo o meu lar. Tant mieux!